O Bitcoin, pioneiro entre as criptomoedas, deve ser tratado com respeito e não reduzido a um “brinquedo para os ricos”, alertou o analista Justin Bons. Ele destacou que essa abordagem especulativa pode comprometer a sustentabilidade da moeda digital, especialmente se desenvolvedores, no futuro, tentarem ampliar o limite atual de 21 milhões de unidades em circulação. Bons ressalta que a especulação desenfreada tem afastado o Bitcoin de seu propósito original como um sistema de pagamento global e inclusivo.

O analista lamenta que a criptomoeda tenha perdido seu papel como uma alternativa prática e acessível, tornando-se um ativo especulativo reservado a uma elite econômica. Segundo ele, “empresários e empresas gananciosos” desvirtuaram a visão de Satoshi Nakamoto, criador do Bitcoin, que pretendia construir uma rede digital ponto a ponto, que equilibrasse segurança e estabilidade.

Bons também alerta para um futuro preocupante: o encolhimento do setor de mineração poderia tornar a rede vulnerável a ataques, como o de 51%. Ele critica a falta de evolução na capacidade de transferência de dados da rede Bitcoin, argumentando que um aumento no tamanho dos blocos, conforme idealizado por Nakamoto, poderia ter mitigado esse problema. Para Bons, uma solução inevitável pode ser a implementação de outro hard fork.

Contrastando com essa análise técnica, o economista Peter Schiff, conhecido crítico das criptomoedas, direcionou sua atenção à nova administração de Donald Trump. Schiff questionou o apoio de Trump ao Bitcoin, alegando que essa postura pode enfraquecer a economia dos EUA. Ele argumenta que as criptomoedas representam uma ameaça à estabilidade financeira, especialmente em tempos de incerteza global.

Embora tanto Bons quanto Schiff critiquem aspectos do atual estado do Bitcoin, suas perspectivas diferem significativamente: enquanto Bons foca na necessidade de resgatar o propósito inicial da criptomoeda, Schiff questiona o impacto de sua aceitação no sistema econômico tradicional.